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As
novidades do Mini Mundo vão além do esperado neste ano de 2014, em que seguem as
comemorações dos 30 anos do parque, marco registrado em 15 de dezembro do ano
passado.
Para
efetuar as melhorias sem transtornos aos visitantes, o parque ficará fechado
para as reformas internas de 10 a 26 de
fevereiro. O retorno está marcado para dia 27 de fevereiro,
em novo horário: abertura sempre às 9 horas e fechamento às 17 horas, de segunda
a segunda.
Os
30 anos do Mini Mundo marcam a sua nova fase, em que os detalhes do urbanismo
fidelizam ainda mais o trabalho da Oficina Mini Mundo, responsável por todas as
obras em miniatura. O objetivo
é tornar os cenários do parque o mais realista possível, motivo pelo qual
foram
realizadas pesquisas mais aprofundadas
em padrões e normas de trânsito, bem como sobre mobiliários urbanos em geral. A
criação de um padrão a ser seguido, sempre que uma reforma ou um espaço novo
estiver sendo planejado, é uma inovação que já pode ser percebida nos novos
cenários.
30
anos de Mini Mundo:
Nova
fase traz mais rigor
no
detalhe e no urbanismo
O
aniversário de 30 anos do Mini Mundo, em 15 de dezembro do ano passado, foi
comemorado de forma ímpar pelo parque, com atrações especiais para todo o
público visitante. Porém, além das festividades, a virada de década de
aniversário também marcou uma fase em que os detalhes do urbanismo fidelizam ainda mais o trabalho da
Oficina Mini Mundo, responsável por todas as obras em miniatura.
O
ponto de partida da virada, para o público do parque, foi a implantação da
réplica do Museu Paulista, obra projetada pelo engenheiro italiano Tommaso
Gaudenzio Bezzi no século 19, para marcar o grito do Ipiranga. A obra
renascentista é rica em ornamentos e detalhes, assim como os jardins são
monumentais, seguindo o estilo francês. No Mini Mundo, até mesmo os mosaicos em
pedras coloridas, incluindo uma ampla figura de dragão rodeado por motivos
florais e caminhos com desenhos simétricos, foram
reproduzidos.
Mas
para que tudo isso fosse possível, o início das pesquisas mais aprofundadas,
em padrões e normas de trânsito, bem como sobre mobiliários urbanos em geral,
teve início em 2008, com o objetivo de tornar o Mini Mundo o mais realista
possível. A criação de um padrão a ser seguido, sempre que uma reforma ou um
espaço novo estiver sendo planejado, é uma inovação que já pode ser percebida
nos novos cenários.
Um
dos cenários que foi atualizado dentro deste novo conceito foi o da Torre
Martinstor e o prédio de apartamentos localizado nas proximidades. Outro projeto
de reforma bem significativa é o entorno da miniatura do Portal de Lübeck, sendo
que as obras de infraestrutura tiveram início em 12 de junho, se estendendo a
meados de agosto. Todo este trabalho da Oficina do Mini Mundo foi realizado à
noite, fora do horário de funcionamento do parque. Um terceiro cenário mereceu a
atenção neste ano, que é o entorno do castelo de Lübeck, passando pela estação
Neuffen, Fisherhaus e Moinho.
Entrevistamos
a turma da Oficina Mini Mundo para saber mais detalhes de todo este
envolvimento. Confira:
Quais
são os critérios para a escolha do prédio que será valorizado a partir da
fidelização do urbanismo?
Oficina
Mini Mundo: Temos como critérios principais o valor histórico do prédio
implantado no parque, a relação entre o espaço necessário e o espaço disponível
e, também, os padrões estéticos dos elementos. Estes elementos podem ser
calçadas, postes, jardins ou outro qualquer. Eles devem ficar em harmonia com as
demais obras dentro do contexto do parque.
Escolhido
o cenário que passará pelas melhorias, quais o passos
seguintes?
Oficina
Mini Mundo - Os passos seguintes são desenhar o cenário, adaptando quando
possível em função do espaço. Em função da estética e importância, procuramos
manter partes o mais completas possível da realidade de entorno dos originais ao
nosso conjunto, tendo sempre como base o padrão brasileiro de normas de
trânsito, para dar realismo às ruas. Outro critério é que as vias interligam um
espaço a outro, com a intenção de não deixar nenhuma área isolada do conjunto.
Após,
é planejada a estrutura de base, são feitos os detalhamentos técnicos, é isolado
o espaço a ser trabalhado e a obra inicia. Um exemplo de modificação recente
implementada é o cenário da Unida do Gasômetro: mudamos a posição do prédio em
relação ao lago, representando fielmente a posição do original em relação ao
Guaíba, de Porto Alegre, o que é muito marcante em fotos e cartões
postais.
Qual
o tipo de pesquisa realizada e como ela acontece para viabilizara réplica
do urbanismo, que é uma inovação em se tratando de parque
miniaturas?
Oficina
Mini Mundo - Antes de tudo é estudado o entorno real dos prédios de mais
destaque que terão seus cenários reformados. Isso acontece presencialmente ou
por fotos. A partir daí, temos condições de avaliar e escolher quais elementos a
serem incorporados. Este planejamento é feito tendo em vista, primeiramente, a
coerência e harmonia do conjunto do parque como um todo. Alguns padrões, como
dimensionamento das ruas e normas de trânsito, são sempre seguidos, mas cada
caso é analisado separadamente para se pensar na composição do cenário.
Em
alguns casos, como no Museu Paulista, onde os jardins e seus elementos de
composição eram tão importantes, harmoniosos e belos quanto o prédio, em seu
contexto, e havia um espaço novo a ser explorado, foi possível - e desejável -
incorporar com fidelidade toda a situação do terreno original e do trânsito que
o cerca.
É
possível avaliar o quanto essa nova diretriz mudou a forma de pensar da equipe
da Oficina?
Oficina
Mini Mundo - Estamos em uma fase onde a produção de elementos de composição de
cenário urbano cresceu, em função desta demanda relacionada aos projetos de
reforma. Estão sendo produzidas maiores quantidades e variações de peças como
postes, sinaleiras, placas, muros, cercas, conjuntos de calçamentos, entre
outras. E, dentro do possível, são construídos com materiais naturais, como
metais e pedras de vários tipos.
De
um modo geral, a forma de pensar mudou no sentido de que nesses tipos de
montagem, de composições de cenário, podemos usar mais criatividade, onde todos
da equipe opinam e contribuem de alguma forma, enquanto que na montagem de um
prédio “apenas” seguimos os projetos originais.
O
primeiro prédio com um urbanismo em miniatura foi o Museu Paulista. O visitante
responde a este esforço, percebendo toda a dedicação dos artistas das
miniaturas?
Oficina
Mini Mundo - Com certeza isto é percebido, pois valoriza muito o conjunto. O
Museu Paulista foi a primeira obra a passar por todo o rigor desta pesquisa,
iniciada em 2008. Conseguimos aplicar o resultado da pesquisa após uma série de
testes e estudos. A partir deste momento conseguimos padronizar, na prática,
este método de construção, que está em constante
aperfeiçoamento.
Algumas
licenças foram percebidas, com uso de luminárias das ruas de Gramado em
réplicas. Como a Oficina pensa quando adapta, recria e compõe novos cenários,
usando elementos novos?
Oficina
Mini Mundo - As luminárias utilizadas no cenário interno da Usina do Gasômetro,
por exemplo, são réplicas fiéis das que existem no seu terreno original,
inclusive a sua quantidade e o seu posicionamento dentro do pátio, bem como
todos os outros elementos como desenhos e tipos de pisos, calçadas, cercas,
jardins, estacionamentos e algumas características de trânsito, até onde o
espaço disponível permitiu.
Quando
possível, procuramos ambientar os prédios de maior destaque como se eles
estivessem em seu local de origem. No espaço onde se encontra a réplica do
Gasômetro,
não
existem outros prédios próximos, o que nos permitiu uma fidelidade relativamente
grande ao conjunto original.
No
caso do cenário do portal de Lübeck, foram utilizados postes semelhantes aos do
centro de Gramado, adaptados ao conjunto, que foram desenvolvidos há algum
tempo,
com
o objetivo de marcar também algumas características modernas e belas de nossa
cidade.
Este
rigor no detalhe demanda esforço. Como é para a equipe da Oficina?
Oficina
Mini Mundo - Este trabalho de reprodução, seja de elementos urbanos ou detalhes
de fachadas, é sempre minucioso e passa por um processo de coleta de informação,
como material fotográfico
ou
projetos originais, desenho em escala 1:24, adaptado à nossa realidade,
detalhamentos para montagem e são fabricados manualmente, com muita paciência e
dedicação.
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