Cenografia do Carnaval de Olinda louva cultura pernambucana


Cem bonecos e 18 cenas vão adornar Varadouro, Rua Sigismundo Gonçalves e Largo do Palácio com criação de Fernando Augusto
O Carnaval de Olinda vai prestar uma linda homenagem à cultura pernambucana com representação das principais manifestações do Estado. O carnavalesco Fernando Augusto, a pedido do prefeito Renildo Calheiros e da Secretaria do Patrimônio e Cultura, criou a concepção da cenografia Pernambuco Imortal, Imortal! São 18 grandes cenas com cem bonecos que vão adornar o Varadouro, a Rua Sigismundo Gonçalves e o Largo do Palácio. A previsão é de que no dia 1 de fevereiro as ruas estejam decoradas.
“Faremos um grande Carnaval em Olinda este ano com a maior cenografia já criada. Os foliões podem esperar muito colorido nas ruas e criatividade na cenografia criada por Fernando Augusto. Será uma festa que vai congregar e homenagear as principais expressões do Estado”, afirma o prefeito Renildo Calheiros.
De acordo com Fernando Augusto, é a maior louvação ao Estado de Pernambuco e a primeira vez em que a cenografia celebra a vida, a cultura, as artes e manifestações culturais de Pernambuco. “Vivemos um momento de expansão em Pernambuco em todos os sentidos, de autoestima do povo. Além de louvar, apresentamos a diversidade cultural pernambucana, que é única e com expressões culturais que não tem rival no Brasil, onde se mesclam elementos de origem europeia, indígena e africana num caldeirão de etnias que traduz Pernambuco.”
“A cultura pernambucana é de uma riqueza sem igual. O folião e o turista que vier brincar em Olinda verá na cenografia o mosaico cultural que compõe nossas expressões do litoral ao sertão”, comenta o secretário de Patrimônio e Cultura, Lucilo Varejão Neto.
É a décima vez que Fernando Augusto cria a cenografia de Olinda. Mais de 60 pessoas, da equipe da Escola de Alegorias Mamulengo Só-Riso, trabalham para que tudo saia impecável. O processo abrange desde a criação e concepção passando pela escultura, revestimentos, fibragem, pintura, brocalização, carpintaria, serralharia e montagem.
Entre os bonecos, uma homenagem ao Rei do Baião, Luiz Gonzaga. Também presentes na decoração carnavalesca Lampião e Maria Bonita, carrancas, capoeiras e, claro, muitos passistas. Diversas cidades do interior estão representadas. Salgueiro aparece na cena A Bicharada do Mestre Jaime, criador de desfile de bonecos representando diferentes tipos de bichos. Os caretas, com seus quase 90 anos, também foram lembrados em uma referência a Triunfo. De Serra Talhada, veio o tema Da rendeira ao cangaço com Lampião e Maria Bonita.
Pesqueira tem como mote na cenografia a grande folia dos caiporas e Bezerros com o universo das máscaras e dos papangus. Capital do agreste, Caruaru também será contemplada no Carnaval de Olinda em lembrança à arte figurativa do Alto do Moura e à cerâmica do Mestre Vitalino. De Tracunhaém, o barro que incorpora o imaginário pernambucano.
Berço da República Brasileira e Patrimônio Natural e Cultural da Humanidade, Olinda aparece duas vezes. A primeira ao lado de Gloria do Goitá, com o mamulengo e a segunda como capital dos bonecos do Brasil.

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