Os
membros do Conselho Nacional de Turismo aprovaram, por unanimidade, uma
carta ao Congresso Nacional pedindo alterações na lei para garantir
maior competitividade no setor aéreo
O presidente da
Embratur, Flávio Dino, fez uma apresentação, durante a última reunião do
Conselho Nacional de Turismo deste ano, sobre a atual situação das
passagens aéreas no Brasil. Dino mostrou que, entre
2005 e 2012, as passagens de avião subiram 146% acima da inflação,
segundo levantamento do IBGE. Segundo ele, estimativas da FGV apontam
que, no período 2012-14, outros 13 milhões de brasileiros estão
ingressando na classe C, além de outros 7,7 milhões que
estão ingressando nas classes A-B. “Portanto, haverá um natural aumento
da demanda por serviços aéreos”, avaliou Dino. “Se não houver um
aumento da oferta, a tendência é que os preços continuem aumentando,
pois, com procura alta e oferta baixa, eles tendem
a subir”.
Flávio Dino durante a reunião do Conselho Nacional de Turismo, ontem (03)
O presidente da
Embratur citou que a União Europeia adotou uma medida de abertura dos
voos nacionais para empresas estrangeiras como forma de baratear preços.
A solução surtiu efeito. Uma passagem ida e volta
Brasília (DF) Curitiba (PR) – com 1.120 km de distância – custa, em
média, US$ 247; enquanto um deslocamento ida e volta Paris (FR) x Roma
(IT) custa US$ 107 – com 1.106 km. “Aqui, as empresas gozam de virtual
monopólio, mas são livres para praticar preços”,
afirmou Dino. “Vivem a estabilidade do casamento com a liberdade da
vida de solteiro”, comparou, em uma metáfora com a vida privada.
O vice-presidente da
ABAV (Associação Brasileira de Agências de Viagem), Pedro Galvão,
elogiou a abertura de um debate sobre o tema no âmbito do Conselho
Nacional do Turismo. O presidente da Braztoa, Marco Ferraz,
afirmou que é preciso debater casos de abuso de poder econômico das
empresas aéreas sobre os agentes de viagem.
Ao final do encontro,
os membros do Conselho Nacional de Turismo aprovaram, por aclamação, o
envio de uma carta ao Congresso Nacional pedindo alteração na legislação
brasileira para permitir o aumento da competitividade
do setor no Brasil. E foi definida a criação de um grupo de trabalho,
dentro do Conselho, para debater a temática da aviação do ponto de vista
do turismo.
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