Aulas
em turmas inclusivas são ministradas por professores qualificados para
atuar com esses alunos. Matrícula, mensalidade, transporte, alimentação e
material didático são custeados pelo governo federal
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O
Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (SENAI) vai oferecer 13,7
mil vagas em cursos de formação inicial e continuada ou em cursos
técnicos de nível médio para pessoas com deficiência. Os cursos são
gratuitos e integram o Programa Nacional de Acesso ao Ensino Técnico e
Emprego (Pronatec). Além da matrícula e das mensalidades gratuitas, o
Pronatec oferece aos estudantes transporte, alimentação e material
didático.
Os interessados podem se inscrever pela internet na página
pronatec.mec.gov.br, onde está a lista das opções disponíveis, ou
procurar instituições como os Centro de Referência de Assistência Social
(Cras), as secretarias municipais de direitos humanos e as agências do
Sistema Nacional de Emprego (Sine), responsáveis por encaminhar os
pedidos de matrículas para o SENAI. Quem for estudante do ensino médio
de escolas públicas deve procurar a secretaria das escolas.
A coordenadora do Programa SENAI de Ações Inclusivas (PSAI),
Adriana Barufaldi, lembra que a qualificação profissional tem
importância não apenas por melhorar as condições para se conseguir
emprego. “A formação abre possibilidades para que a pessoa com
deficiência passe a investir em várias áreas da própria vida. Para a
sociedade, conseguimos transformações culturais, na superação de
preconceitos e de barreiras arquitetônicas, metodológicas e
comunicacionais”, avalia.
EXPERIÊNCIA – Nos últimos seis anos, o SENAI
formou 78,3 mil pessoas com deficiência. As matrículas anuais saíram de
10 mil, em 2007, para 17 mil no ano passado. Esse incremento é resultado
do esforço do PSAI. Criado em 1999, o programa tem como objetivo
qualificar as pessoas com deficiência e apoiá-las na inserção no mercado
de trabalho. Além disso, promove o acesso a cursos de educação
profissional e tecnológica para atender com recortes de gênero, etnia e
maturidade, além de requalificação profissional.
Desse trabalho já resultaram quatro cursos de formação adaptados
para pessoas com deficiências intelectual, física, auditiva ou visual:
operador de microcomputador; montador e reparador de microcomputadores;
mecânico de manutenção de motocicletas; e mecânico de manutenção de
motores ciclo Otto (utilizados em carros de passeio). Trezentos docentes
foram capacitados para atuarem nesses cursos e outros 300 para lidar
com alunos com Transtorno Global do Desenvolvimento (TGD), como síndrome
de Asperger, por exemplo, e deficiência intelectual. Há também 22
livros didáticos desenvolvidos nessas áreas.
As vagas oferecidas dentro do Pronatec, porém, não são restritas a
esses cursos. Quando o interesse é por outras opções, grupos de apoio
local – formados por equipes técnicas e pedagógicas do SENAI e de
entidades parceiras – atuam para propiciar a inclusão nas aulas. Eles
são responsáveis, por exemplo, por criar práticas pedagógicas que
garantam a participação e o aproveitamento no curso.
De acordo com Adriana Barufaldi, a maior dificuldade ainda é
informar as pessoas com deficiência sobre as vagas. Ela acredita que o
plano do governo federal Viver sem Limites, que incluiu essa parcela da
população como público do Pronatec, vai melhorar essa realidade.
“Conseguimos aproximar entidades como o SENAI, responsável por oferecer
cursos, de organizações governamentais ou não que reúnem a necessidade
de formação das pessoas com deficiência”, diz.
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