Comunitas divulga dados do investimento social corporativo brasileiro



Em 2011, foram 2 bilhões de reais investidos – quase o dobro do valor registrado cinco anos atrás

 De que maneira as empresas brasileiras estão realizando investimentos sociais? Como elas definem seu foco de atuação e quais as principais dificuldades encontradas para implementação de projetos de desenvolvimento sustentável?

Para ajudar a responder estas e outras questões, a Comunitas lança, no dia 22 de novembro, o relatório BISC (Benchmarking do Investimento Social Corporativo), com os principais dados do investimento social corporativo relativos ao ano de 2011.

Em sua 5ª edição, o BISC traz os resultados das pesquisas realizadas junto às 23 instituições parceiras que respondem por um total de 200 empresas, 29 fundações e um instituto independente.

De acordo com os dados, os investimentos sociais voluntários realizados pelos participantes do BISC cresceram e alcançaram, em 2011, o patamar de 2 bilhões de reais – quase o dobro de cinco anos atrás. A prioridade do grupo é a educação, e para essa área as empresas destinaram, só no ano passado, recursos da ordem de 660 milhões de reais. É importante ressaltar que sua atuação não se restringe às ações voluntárias. No mesmo exercício, elas destinaram outros 2 bilhões de reais para ações sociais e ambientais realizadas nas comunidades em decorrência de exigências legais.

Destaques - Dentre as inovações deste ano, o relatório publica análises inéditas sobre a atuação das empresas junto às comunidades que vivem no entorno de suas unidades produtivas. Dados mostram que, em 2011, 90% do total de recursos investidos no desenvolvimento territorial, foram destinados a ações voltadas à elevação do nível de escolaridade das comunidades, melhoria da infraestrutura educacional e aperfeiçoamento da gestão escolar.

As contribuições dos financiamentos junto a bancos públicos para o estímulo e aprimoramento dos investimentos sociais privados também foi um dos temas destaque em 2011.  Excluindo as instituições financeiras, metade das empresas do grupo recebeu financiamento de bancos públicos federais para seus projetos econômicos e, em 71% dos casos, os contratos incluíram compromissos socioambientais, além dos previstos em lei, atos administrativos ou decisão judicial.

Os resultados do BISC 2012 evidenciam também o importante papel desempenhado pelas parcerias realizadas junto às organizações da sociedade civil: 96% das empresas envolvem organizações sem fins lucrativos na execução de seus investimentos sociais. O universo destas ONGs compreende cerca de 1.800 organizações, apoiadas diretamente ou por meio de fundos sociais, distribuídas entre 176 cidades, em 25 estados do país e no Distrito Federal.

No que diz respeito aos incentivos fiscais, os resultados da pesquisa sinalizam que, no cenário brasileiro, eles ainda não são suficientes para dinamizar a atuação social do setor privado. O valor dos incentivos utilizados pelo grupo foi de R$ 454 milhões, número que representa menos de um quinto do total dos recursos investidos na área social; cerca de 1/3 das empresas não utiliza o estímulo para financiar projetos sociais. Para 73% das empresas que utilizam tais recursos, eles não chegam a 5% do total investido - 46% do total investido por meio de incentivos fiscais concentra-se na área da cultura.

O BISC tem se caracterizado por ser uma ferramenta flexível e inovadora. Com sua realização, a Comunitas, em parceria com o CECP (Committee Encouraging Corporate Philanthropy), organização americana que reúne 170 dentre as maiores empresas americanas, produz informações e gera conhecimentos que permitem às lideranças empresariais e aos gestores das áreas sociais avaliar o alcance de seu investimento social, comparar sua atuação com padrões de referências do investimento social corporativo nacional e internacional, e desenvolver estratégias de atuação.

Os resultados do BISC sinalizam que nos últimos cinco anos o comportamento das empresas brasileiras, com respeito à aplicação de recursos em investimentos sociais, superou em alguns aspectos a marca registrada pelas empresas norte-americanas que participam da pesquisa do CECP. Em 2007, a participação dos investimentos sociais nos lucros brutos das empresas brasileiras equivalia a um terço do nível alcançado pelas empresas americanas. Em 2011 essa posição se inverteu. As empresas participantes do BISC destinaram uma parcela maior dos lucros a investimentos em programas sociais do que a registrada pelas empresas americanas1,18% e 0,95%, respectivamente.


PROGRAMAÇÃO
Lançamento Relatório BISC 2012
Quinta-feira, 22 de novembro de 2012

Das 9h30 às 11h15
Abertura de Renata de Camargo Nascimento, Presidente do Conselho da Comunitas
Apresentação dos resultados da Pesquisa, com Anna Maria Peliano
O papel das empresas no desenvolvimento do território, com Inguelore Scheunemann
Debate com participantes, com moderação de Luciana Lanzoni – Diretora Executiva do Instituto BRF

Das 11h30 às 12h30
Workshop com participantes

Das 12h30 às 13h
Apresentação dos resultados do debate

Local: Rua Pamplona, 1005 - térreo - Edifício Ruth Cardoso - São Paulo/SP
RSVP com Tamiris Medeiros pelo telefone (11) 3372-4368 ou pelo e-mail tamiris@comunitas.org.br


Sobre a Comunitas:
Comunitas foi criada em 2000 pela antropóloga Ruth Cardoso, com o objetivo de promover o desenvolvimento social do Brasil por meio do engajamento dos diversos setores da sociedade, estimulando e fomentando atuações coletivas em sinergia com um propósito comum: o enfrentamento das desigualdades sociais para a promoção de um Brasil mais sustentável.

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