China e Brasil firmam acordos bilaterais que somam US$ 1,5 bi

A missão comercial brasileira à China, que terminou nesta terça-feira (12), resultou em negócios da ordem de US$ 1,5 bilhão, segundo o Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC) e a Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos (Apex-Brasil), com apoio do Ministério das Relações Exteriores (MRE).

Em comunicado assinado pelos dois países, a China sinaliza que pretende atender ao apelo do empresariado brasileiro para abrir seu mercado. “A parte chinesa manifestou disposição de incentivar suas empresas a ampliar a importação de produtos de maior valor agregado do Brasil. A parte brasileira reafirmou o compromisso de tratar de forma expedita a questão do reconhecimento da China como economia de mercado”, afirma o texto.

De acordo com o comunicado, os governos chinês e brasileiro “reconheceram o elevado potencial de cooperação” na área de infraestrutura, sobretudo em projetos no âmbito do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), nos setores de transporte e energia”.

Na área de ciência e tecnologia, foi firmado um memorando de entendimento para a parceria na pesquisa e desenvolvimento de nanotecnologia. Haverá também uma troca de experiências dos dois países no manejo de recursos hídricos e na normatização da qualidade de produtos industriais, por meio de convênio entre o Inmetro e o Instituto Nacional de Metrologia da China (NIM).

Mercado – Além da abertura do mercado para a compra de carnes (suína, aves e bovina), frutas e tabaco, os acordos incluem investimentos diretos chineses como US$ 300 milhões para montar uma processadora de soja em Barreiras (BA), e outros US$ 300 milhões para uma indústria de equipamentos de informação em Goiás. E a empresa chinesa do setor de telecomunicações, a Huawei, anunciou a construção de um centro de pesquisa e desenvolvimento em Campinas (SP), que já é um pólo de desenvolvimento de tecnologia para o setor.

Ficou acertada também a parceria entre a Embraer e a estatal Aviation Industries of China (Avic), que passará a produzir o jato executivo Legacy. A decisão evita o fechamento da fábrica da empresa brasileira em Harbin, um dos pontos mais polêmicos da relação entre os dois países até então.

A brasileira Marfrig anunciou que investirá US$ 250 milhões na constituição de centros de distribuição no país asiático. Também foram anunciados diversos acordos que servirão como base para expansão de novos investimentos de promoção das exportações brasileiras à China: busca de oportunidades no setor de energia, liderada pela Eletrobras e a State Grid Corporation of China ; acordo entre a Rede Bandeirantes e a chinesa CCTV para intercâmbio de programas de TV; cooperação técnica entre a Petrobras, a SinoChem e a Sinopec; e venda de 10 aviões E-190 da Embraer para a China South.

Jogos – A China pretende investir na realização de eventos esportivos no Brasil, como a Copa do Mundo de Futebol de 2014 e nos Jogos Olímpicos e Paraolímpicos (2016).

O texto do comunicado dos dois governos lembra que chineses e brasileiros fizeram parcerias, em 2008, durante a organização dos Jogos Olímpicos e Paraolímpicos e negociaram acordos para os Jogos Olímpicos Juvenis de 2014. “[Ambos] concordaram em promover a cooperação e a troca de experiências sobre a preparação e organização de grandes eventos internacionais na área esportiva e assinaram memorando de entendimento a respeito. [Os dois governos] concordaram em fomentar o intercâmbio de atletas, com o intuito de promover a cooperação esportiva e o aprimoramento do nível do esporte nos dois países”, diz o documento.

Cooperação militar – A China firmou parceria com o Brasil para treinamentos conjuntos e troca de experiências em ações e tecnologia de defesa. A cooperação engloba também visitas mútuas das delegações brasileira e chinesa e a autorização para o fluxo de navios e aeronaves militares.

Criado no ano passado, o Comitê Conjunto de Defesa Brasil-China será a entidade responsável pela execução desse acordo. Segundo o documento, os governos dos dois países se comprometem a respeitar os princípios de igualdade e soberania, assim como a integridade e a inviolabilidade territorial e a não intervenção nos assuntos internos.

Fonte:secom Planalto

Comentários