MTE discute fim do comissionamento com Abav, Fenactur e SNEA

Em reunião na tarde da última sexta-feira (3), no Ministério do Trabalho e Emprego (MTE), a coordenadora Geral de Relações do Trabalho, Paula de Faria Polcheira Leal recebeu o presidente da Abav Nacional, Carlos Alberto Amorim Ferreira, o presidente da Abav DF, Carlos Alberto Sá, o presidente da Fenactur e vice-presidente da CNTur, Michel Tuma Ness e o diretor-presidente do SNEA, José Márcio Monsão Mollo, para tratar do impacto do fim do comissionamento nas tarifas aéreas para no setor de agenciamento turístico nacional.



O encontro foi motivado após os presidentes da Abav Nacional e da Fenactur entregarem ao Ministro Carlos Lupi um estudo que apontava o risco de desemprego diante do corte na remuneração dos agentes. O documento, elaborado em conjunto com a Abracorp e a CNTur, foi entregue no último dia 22.



Após uma longa discussão sobre o assunto, onde Carlos Alberto Ferreira ressaltou os prejuízos que os agentes de viagens, principalmente os micro e pequenos empresários, estão tendo com a política tarifaria imposta pela cias. aéreas, ficou definido que o assunto será encaminhado ao Ministro Lupi para que ele avalie a possibilidade de convidar os presidentes das empresas TAM e Gol para uma reunião.



Paula Leal considerou necessária a equivalência dos valores das tarifas em todos os canais de vendas disponíveis inclusive na internet. “Se pensarmos que nem todas as cidades possuem aeroportos para a compra e venda de passagens e que boa parte da população não tem acesso à Internet, a redução do número de agências estaria trazendo não só o desemprego, mais um desserviço para a sociedade”, disse.



O presidente do Snea argumentou dizendo que, como acontece em outras atividades, o advento da tecnologia provoca o desemprego. “Isso é natural. Qualquer intervenção do governo entre uma relação de agentes privados seria caso de recurso na justiça por parte das cias. aéreas”, ameaçou.



A coordenadora Geral de Relações do Trabalho retrucou, dizendo que reconhece que a tecnologia gera desemprego, mas que o MTE não aceitará essa justificativa. “Há de haver uma saída, não admitiremos a possibilidade de desemprego em massa. Que haja então um deslocamento dessas vagas e que as empresas aéreas invistam em capacitação para que possam absorver esses profissionais”, ressaltou.



O presidente da Abav Nacional destacou que os agentes de viagens representam cerca de 80% das vendas de bilhetes e que não há justificativa para que essa parcela da população pague mais caro por um serviço que é concessão do governo. “Isso significa dizer que 80% da população, que quer ou precisa dos serviços dos agentes de viagens, está sendo prejudicada por uma política tarifária que privilegia um canal de venda em detrimento de milhares de agentes, deixando o consumidor desassistido. Se para o agente não for vantajoso vender bilhetes, quem será prejudicado é o consumidor, que dependerá exclusivamente das empresas aéreas. Mas estas não prestam serviços”, complementou.



O presidente da Abav DF lembrou que o comissionamento já fazia parte do custo da tarifa para o consumidor e que, com a introdução da DU, não houve por parte das cias. aéreas qualquer tipo de redução no valor do bilhete. Carlos Alberto Sá salientou ainda que a tecnologia não pode sobrepor a empregabilidade.

Comentários