Estudo
global da Page Interim mostra que oito em cada dez trabalhadores no
Brasil querem atuar como temporário para ampliar seus conhecimentos e
competências
O
brasileiro não está de olho apenas em uma futura efetivação quando se
candidata em uma vaga temporária. É o que revela recente pesquisa
realizada pela Page Interim, uma das maiores empresas globais de
recrutamento especializado de profissionais terceirizados e temporários,
parte do PageGroup. De acordo com o estudo global “Como o mundo avalia o
trabalho temporário e terceirizado”, 89,3% dos trabalhadores analisam o
emprego temporário como uma oportunidade de acesso a treinamentos
profissionais. Foi verificado também que 85,5% dos trabalhadores
pretendem, com uma vaga temporária, desenvolver competências
profissionais.
“É
um dado interessante e que mostra que os profissionais brasileiros estão
à procura de qualificação e desenvolvimento, o que é um bom sinal em
tempos de escassez de talentos e de pleno emprego. Até pouco tempo o
trabalho temporário era visto apenas como uma atividade complementar de
renda ou de trampolim para a efetivação”, explica Carolina Asevedo,
diretora da Page Interim no Brasil.
Para
elaborar o estudo, a Page Interim desenvolveu um questionário e obteve,
ao longo de 2013, as respostas de 13.298 profissionais e empresas de 17
países das Américas, Europa, e Oceania. A partir dessas informações, a
Page Interim conseguiu identificar como o mundo vê o trabalho temporário
em todo o mundo.
Ainda
de acordo com o estudo da Page Interim, há outros fatores que motivam
os profissionais brasileiros a buscarem uma oportunidade no mercado como
temporário. Para 71,6% dos respondentes, esse tipo de trabalho é
indicado para aumentar as chances de encontrar um emprego permanente. Há
68,2% que acreditam que é importante continuar empregado como
temporário em épocas de incerteza econômica – número abaixo da média
mundial no quesito. Já os que buscam vagas temporárias para desenvolver
uma rede profissional somam 52%.
Contratação de temporários em alta no Brasil
De
acordo com os dados nacionais da Page Interim, o mercado para
profissionais temporários está em alta. Somente no ano passado foram
recrutados 550 temporários para projetos desenvolvidos pelas companhias
instaladas no Brasil, o que representa um aumento de 30% em relação a
2012.
“Nossa
atuação junto às empresas ainda caracteriza-se, principalmente, por
demandas extraordinárias ou pela substituição de postos. Podemos ajudar
essas companhias na contratação de temporários em cargos de entrada,
como analistas, ou até mesmo para a direção industrial ou administrativa
de uma corporação”, esclarece Carolina.
Do
total de posições recrutadas pela Page Interim no ano passado, as áreas
que mais demandaram profissionais temporários nas empresas foram financeira, administrativa, comercial e de recursos humanos.
Motivação dos brasileiros para buscar um emprego temporário diverge em relação aos profissionais de outros países.
Quando
o assunto é acesso a treinamentos profissionais, os brasileiros são os
que mais se motivam por este tipo de tema ao procurar uma vaga
temporária (89,3%). Os suecos, com 68,9%, aparecem na segunda posição.
Na sequência figuram os mexicanos (63,5%) e os portugueses (62,4%).
Os profissionais brasileiros também
são os que mais buscam um emprego temporário para desenvolver
competências profissionais (85,5%). Os portugueses, com 79,7%, e os
belgas, com 77,1%, aparecem na segunda e terceira colocações,
respectivamente.
Quando
uma vaga temporária está relacionada em aumentar as chances de um
candidato encontrar um emprego permanente, os suecos são os mais
evidentes (75,8%). Os brasileiros aparecem logo na sequência, com 71,6%,
seguidos pelos suíços, com 71,1%.
Os
portugueses são os mais motivados para conseguir uma oportunidade
temporária para continuar empregado em tempos de incerteza econômica
(82%). Logo depois aparecem os suíços (80,1%), os americanos (77,2%), os
ingleses (76,6%) e os espanhóis (71,1%).
Desenvolver
uma rede profissional é o principal motivador em projeto temporário
para os suecos (85,3%). Os suíços vêm logo atrás (83%), acompanhados por
belgas (78,9%) e holandeses (77,1%).
“Os
europeus veem o emprego temporário também como um canal para ampliar sua
rede de contatos profissionais, e não apenas como um canal para
garantir renda. O modelo ainda é mais difundido e incentivado em alguns
países da Europa do que é na América Latina”, comenta a executiva.
Trabalhadores avaliam positivamente a experiência como temporário
O
levantamento realizado pela Page Interim procurou identificar se os
profissionais avaliam o trabalho temporário como positivo ou muito
positivo. Quem melhor avaliou essa experiência foram os australianos
(78,6%), juntamente com os suecos (73,4%), franceses (71,8%) e ingleses
(70,5%).
A
avaliação dos profissionais brasileiros a respeito do trabalho
temporário também é positiva, mas um pouco abaixo do verificado na média
global: 52,6% ante 58,9%.
Empregadores apoiam contratação de temporários
Os
empregadores são geralmente confiantes a respeito do valor que o
trabalho temporário proporciona: quatro em cada cinco (80,4%)
empregadores questionados possuem uma percepção positiva ou muito
positiva a respeito do trabalho temporário.
“Isso
é visto com mais ênfase em países que adotam a prática há mais tempo,
como Austrália, Reino Unido e Canadá, e com menos destaque em nações
como a Polônia e a Itália, onde o trabalho temporário é um fenômeno mais
recente”, pontua Carolina.
O
principal motivador que leva os empregadores a contratar trabalhadores
temporários vai muito além de apenas responder a problemas/questões de
administração de recursos humanos (RH) em curto prazo. Outras motivações
são vistas com grande consistência, como flexibilidade (89,4%), valor
em responder a necessidades de curto prazo (87,8%), beneficiar-se em
identificar candidatos para vagas de longo prazo (75,7%), solução de
ótimo custo-benefício para os desafios do RH (61,2%) e trazer
conhecimento/habilidades externas para o negócio (49,1%).
Além
de ajudar a responder a necessidades de curto prazo (61,7%), o trabalho
temporário é visto como um catalisador da geração de experiência
externa para as organizações, com 59% dos empregadores concordando com
essa opção. Além disso, 49,3% afirmam que o trabalhador temporário
acelera mudanças corporativas e reestruturações de processos. Ainda,
quase metade dos empregadores (47,2%) considera o trabalho temporário
como uma ótima fonte de candidatos para posições permanentes.
No
Brasil, uma em cada quatro organizações (28,7%) acredita que a
necessidade pelo trabalho temporário deve aumentar nos próximos anos
(contra uma média global de 33,9%). Já os profissionais trazem uma visão
diferente: 57,3% apostam no aumento da contratação de temporários e
terceirizados nos próximos anos.
Mais
de 80% das empresas brasileiras avaliam o trabalho temporário como
positivo ou muito positivo e a maioria delas o adota para responder
necessidades de curto prazo (95,3%), garantir uma maior flexibilidade
(82,6%) e para identificar candidatos para posições permanentes (77,2%).
Os
outros países avaliados apostam mais na flexibilidade do trabalho
temporário (89,4%) que o Brasil, com 82.6%. Essas nações também mostram
maior investimento no trabalho temporário como uma alternativa
qualitativa de conhecimento e expertise para a companhia: média de 49,1%
ante 38,9% no Brasil.
“A
sazonalidade de mercado ainda influencia muito na contratação de
profissionais temporários no Brasil. Nesses casos ainda percebemos uma
preferência por profissionais que ocupam cargos mais operacionais, mas a
mentalidade das empresas tem mudado muito, e quando a sazonalidade
relacionada a datas específicas do ano não está em jogo, a aposta na
contratação de temporários para projetos específicos e bem
especializados aumenta bastante”, revela.
Temporários em projetos e oportunidades
O
aumento inesperado nas atividades e a substituição de um funcionário de
licença são ainda os itens que mais levam as empresas a contratar
funcionários temporários no Brasil (46,1% em ambos os casos).
Porém,
percebe-se um aumento de contratações temporárias em projetos
específicos, nos quais o profissional se torna responsável pela
administração total do projeto durante sua execução. A média brasileira
nesse quesito (38,3%) é maior que a aplicada globalmente (28,6%).
“Essa
alternativa, além de trazer mais flexibilidade e resultados de curto
prazo às organizações, traz conhecimento e inovação às companhias”,
conta a diretora da Page Interim.
Prova
disso é que no Brasil quase dois em cada cinco profissionais
temporários receberam uma proposta de contrato permanente ao final do
projeto (37,9%), contra a média global de 23,1%.
Tendências e perspectivas de mercado
Outros resultados identificados no estudo incluem:
- Ascenção global do trabalho temporário – três em cada cinco profissionais e um em cada três empregadores em todo o mundo esperam um incremento na necessidade de trabalho temporário, com previsões de crescimento mais intenso em países como Portugal, Espanha e Itália.
· Diversificação
do trabalho temporário fora de setores tradicionais para quase todos os
setores da economia, enquanto uma forte presença é mantida no setor
terciário (serviços profissionais, serviços financeiros, tecnologia,
etc)
· Aumento
da importância do trabalho temporário para posições muito qualificadas e
de alta exigência técnica – especialmente no campo técnico, financeiro e
de contabilidade, inclusive em níveis de alta gestão
· Forte
evidência na integração de profissionais na companhia – 83,6% dos
profissionais se sentem integrados durante a maioria de seus projetos,
não importando quais são as razões do recrutamento em curto prazo
o 3 em cada 5 empregadores acreditam que o trabalho temporário não apresenta nenhum impacto negativo na imagem da companhia
o Menos
de 20% dos profissionais que não participaram de projetos temporários
nos últimos 12 meses não considerariam uma oportunidade dessa natureza
no futuro, enquanto...
o Quase 1 em cada 4 receberam oferta de uma posição permanente no final do projeto
“Como
apresentado no estudo, não há dúvida de que o trabalho temporário é uma
ferramenta quantitativa para o emprego flexível, com a maioria dos
empregadores adotando a estratégia para melhorar números internos ou
contornar algumas restrições da organização. Entretanto, o estudo mostra
também que o trabalho temporário e o trabalho terceirizado têm sido
cada vez mais utilizados como uma ferramenta qualitativa para trazer
conhecimento e habilidades específicas à organização e para administrar
os riscos associados com as operações da companhia”, discorre Carolina.
“O
trabalho temporário é também um vibrante elemento no mercado de trabalho
em todo o mundo. Mesmo os países que historicamente não utilizavam o
trabalho temporário de forma evidente têm passado a entender melhor sua
utilidade, e por isso as oportunidades para profissionais-chave têm
aumentado tanto em número como em qualidade. Isso faz do trabalho
temporário e do trabalho terceirizado peças integrais da economia e um
fator essencial em sustentabilidade e crescimento”, finaliza.
Sobre a Page Interim:
Page Interim é a unidade de negócio do PageGroup
especializada em recrutamento, seleção e administração de profissionais
terceirizados e
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