Durante seminário Turismo & Competitividade - Caminhos para o crescimento sustentável antes e depois dos megaeventos-, iniciativas pública e privada debateram sobre o aumento dos preços
dos serviços que envolvem a cadeia produtiva do turismo no Brasil
Na abertura do evento, o secretário
Nacional de Programas de Desenvolvimento do Turismo do Ministério do
Turismo, Fábio Rios Mota; o secretário-executivo do Ministério do
Turismo, Valdir Simão; o presidente da Embratur, Flávio
Dino, a senadora membro da Comissão de Desenvolvimento Regional e
Turismo do Senado, Lídice da Mata; o secretário Nacional de Políticas do
Ministério do Turismo, Vinícius Lummertz; e o presidente do Fórum
Nacional dos Secretários e Dirigentes Estaduais de
Turismo e Secretário Estadual de Turismo do Rio de Janeiro, Ronald
Ázaro
Os preços do turismo no Brasil, sobretudo
das passagens aéreas e da hotelaria, foram o tema das discussões no
segundo período do seminário Turismo & Competitividade - Caminhos
para o crescimento sustentável antes e depois dos megaeventos,
organizado pela Embratur (Instituto Brasileiro de Turismo), realizado
ontem (9), em Brasília (DF). “Estamos em um cenário de oportunidades, ou
crise, com data marcada. É necessário que todos os entes envolvidos
contribuam para que os resultados dos grandes
eventos sejam os mais positivos possíveis e garantam o legado de
desenvolvimento que o país tanto espera”, comentou o presidente da
Embratur, Flávio Dino. Para ele, é necessário enfrentar a temática dos
preços na hotelaria até os megaeventos para que o país
transmita a imagem de um destino acessível economicamente ao turista
estrangeiro.
O economista Leandro Garcia, assessor da
Presidência da Embratur, apresentou detalhadamente a metodologia da
Pesquisa Internacional de Preços da Hotelaria (PPH), criada após a
Rio+20. De acordo com o assessor, a pesquisa faz levantamento
da média tarifária de hotéis em 10 cidades brasileiras e as compara com
10 cidades no exterior. “A pesquisa leva em consideração os turistas
que viajam a Negócios e Lazer. São utilizados os seguintes parâmetros:
tempo entre a data da consulta e o início da
hospedagem, período de estada, destinos pesquisados no Brasil e
destinos pesquisados no exterior”. Além disso, são catalogados os dados
referentes às acomodações de três categorias: econômico, médio e alto
conforto e, a menor e maior tarifa encontrada em cada
estabelecimento com café da manhã incluso.
Leandro também ressaltou que, dados
preliminares, divulgados logo após a FIFA informar os preços praticados
na Copa do Mundo de 2014, mostram que a tarifa média do Rio de Janeiro
durante a competição é de 461 dólares, mais que
o dobro da taxa média durante a Copa das Confederações deste ano, que
foi de 203 dólares. “A grande diferença de preços também é encontrada
nas outras capitais, como Belo Horizonte, que a diária vai de 147
dólares na Copa das Confederações para 353 dólares
na Copa do Mundo. Em Fortaleza, a tarifa média é de 355 dólares. Três
vezes maior que a tarifa média de 119 dólares durante a Copa das
Confederações”, destacou o assessor.
Outro lado
Pela manhã, o presidente do Conselho de
Turismo da Confederação Nacional do Comércio (CNC), Alexandre Sampaio
apresentou dados do setor hoteleiro brasileiro, comparando-o com o do
Caribe, concorrente direto no segmento Sol e Praia.
Segundo ele, o Caribe recebe muito mais visitantes porque o custo de
operação de
resorts no Brasil é bem maior que no Caribe. Ele também apontou a
falta de gestão estratégica e a ausência de organização política para o
encaminhamento de demandas como fatores que travam o crescimento do
setor hoteleiro.
Sobre o preço da hotelaria no Brasil, o
presidente do Conselho de Turismo da Confederação Nacional do Comércio
destacou que as tarifas mais baratas não são compradas por estrangeiros.
Segundo ele, 90,8% das diárias médias abaixo
de R$190,00 são adquiridas por brasileiros. “Já 39,7% das diárias com
valor acima de R$ 330,00 são adquiridas por turistas de outras
nacionalidades”, afirmou. Para ele, isso comprova que os preços altos
não afetam a entrada de turistas estrangeiros.
O presidente da BSH International, José
Ernesto Marino Neto, durante sua participação, falou sobre os
investimentos em hotelaria no Brasil e sobre a questão dos preços,
destacou a lei da oferta e da demanda, em segmentos que são
afetados pela sazonalidade. “No turismo, como em qualquer outro
segmento da economia, observamos é que, com a maior antecedência a
compra for realizada, mais barato será. E neste setor, quando os preços
são abusivos, a demanda cai, e é isso que prevejo para
os grandes eventos esportivos. Se preços irreais forem cobrados, tanto a
hotelaria quanto a aviação deixarão de comercializar seus produtos.
Simplesmente o turista vai buscar formas alternativas de se locomover e
se hospedar, neste período”, comentou Neto.
Assessoria de Imprensa - Embratur
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