Cidades secundårias do nordeste são destaque em painel do Brasil Hospitality Investment Conference




A relevância econômica e o crescimento dos parques industriais das médias e pequenas cidades tem atraído cada vez mais redes hoteleiras a estes pólos.


Durante o evento, que marcou oficialmente o inicio das operações da Questex no Brasil, realizado nos dias 13 e 14 de junho no hotel Tivoli Mofarrej em São Paulo, os anúncios foram animadores no reforço ao desenvolvimento das chamadas cidades secundárias.

A Rede Vert Hotéis,  que trabalha com os hotéis Ramada, do grupo Wyndham,  maior empresa do mundo no setor, viu nestas cidades, boas oportunidades de investimento. O primeiro dos contratos fechados para instalação de hotel fora do sudeste, foi o Ancore em petrolina, distante 721 km de recife, com 124 quartos e investimento em torno dos dez milhões de reais. Há negociações para futuras instalações em Suape, na cidade do Cabo de Santo Agostinho, também em Pernambuco; Itabuna na Bahia; Mossoró no Rio Grande do Norte e Arapiraca em Alagoas.

A rede Accor,  líder absoluta de mercado com 176 hotéis em funcionamento no Brasil, está presente em todas as capitais e muitas cidades do interior do nordeste, já são vinte e cinco hotéis em funcionamento e outros vinte e cinco em fase de instalação.  Este ano, inaugurou uma unidade Ibis em Mossoró, e até o fim de 2013, o Ibis Vitória da Conquista, na Bahia. Em 2014, a expectativa é colocar em funcionamento o Ibis Imperatriz e Ibis Bacabal, ambos no Maranhão.  O Investimento da rede no nordeste para os próximos três anos será proximo a um bilhão de reais gerando algo em torno de 2 mil empregos.


Em alguns estados, o crescimento das chamadas cidades secundárias, tem sido de tal relevância, que deixa pra trás as capitais, como é o caso por exemplo de Juazeiro do Norte no Ceará, que cresceu 32% em 2012, enquanto a capital, Fortaleza, cresceu 30%, de acordo com dados levantados pela empresa de pesquisa mercadológica, DataStore. Por outro lado, o avanço do contingente populacional e econômico, não tem sido acompanhado pela oferta de hotéis. O público, cada vez mais exigente, tem que na maioria das vezes se contentar com empresas familiares e hotéis e pousadas improvisados.

Em pesquisa realizada pela universidade de são Paulo, constatou-se que 75% dos hotéis das cidades secundárias tem gestão familiar, enquanto apenas 25% é gerenciada por redes de hotelaria. Falta de profissionalização aliada a carência de mão de obra, são alguns dos entraves do setor.

"Com a melhoria da renda da população, aumento do poder aquisitivo, a força de trabalho que antes seria potencialmente atuante no setor de hotelaria, estå migrando paulatinamente", afirma Amilcar Mielmiczuk, diretor-financeiro Da Vert Hotéis. Os espaços de formação de mão-de-obra estão prioritariamente qualificando para o setor de tecnologia, além disso, a velha cultura do movimento migratório de estados mais pobres em busca de trabalho nos grandes centros urbanos se inverteu ou, no mínimo diminuiu substancialmente, como era a antiga movimentação nordeste-sudeste. "Esta acontecendo inclusive o contrario, trabalhadores do sudeste, retornando aos seus estados de origem por conta do boom econômico que toma a região", completa. Busca-se mais qualificação e melhores empregos.

Apesar do crescimento, 104 milhões de pessoas no Brasil ainda ocupam a base da pirâmide econômico-social, entre eles, as classes B, C e D que agora viajam a negócios e querem qualidade. Por isso, há a preferência das redes por inaugurarem nestas cidades, hotéis business, os chamados budgets, de baixo e médio custo. Melhorar a qualidade dos produtos é justamente o que buscam as redes com a entrada nos mercados do interior, a padronização dos serviços.

 

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