Sebrae
e Concessionária assinam convênio que insere micro e pequenas empresas na
cadeia produtiva aeroportuária
Mais de um milhão de blocos de concreto que serão usados na construção do
novo terminal de passageiros do GRU Airport – Aeroporto Internacional de São
Paulo serão fornecidos por micro e pequenas empresas. Empreendimentos desse
porte também irão fornecer cerca de 12 mil marmitas por dia aos empregados no
período de pico das obras, de abril a dezembro de 2013. Os negócios serão
viabilizados pelo contrato de parceria que o Sebrae e a Concessionária do
Aeroporto Internacional de Guarulhos assinaram nesta terça-feira (26) para
implementar o pr ograma de encadeamento produtivo no maior aeroporto do país.
A iniciativa busca a inserção das micro e pequenas empresas
– aquelas que faturam no máximo R$ 3,6 milhões por ano – na cadeia produtiva
aeroportuária. Já na primeira fase, os técnicos do Sebrae estão prospectando
pequenos negócios instalados no raio de 70 km do entorno do aeroporto e que
estejam aptos a atuar na produção e fornecimento dos blocos de concreto para o
novo terminal de passageiros.
A expectativa é de que o fornecimento dos blocos envolva
cerca de 120 pequenos negócios. Outras 60 micro e pequenas empresas terão ainda
a possibilidade de fornecer serviços de alvenaria, drywall, gesso, instalação
hidráulica e elétrica. Também nessa etapa de construção, outra oportunidade já
foi identificada: a integração à cadeia como fornecedor de gêneros alimentícios
para uma produção de refeições prontas aos operários nos três turnos da obra.
O presidente do Sebrae, Luiz Barretto, destaca que a
contratação de empresas de pequeno porte pode trazer uma série de vantagens
para as grandes empresas, como agilidade e redução de custos de transporte e
logística, por utilizar empresas próximas, além de desenvolver novos
fornecedores, aumentando as chances de negociação de preços. “Uma empresa menor
pode customizar seus produtos e serviços para atender exatamente à demanda. O
Sebrae faz essa aproximação entre a grande e a pequena empresa e capacita os
pequenos negócios para responder a todos os requisitos exigidos”, ressalta
Barretto.
Já a pequena empresa, além de ter a oportunidade de se
tornar fornecedora de um grande cliente, adquire qualificação, que poderá ser
utilizada para vender a outros compradores de maior porte.
O diagnóstico de identificação dos
fornecedores para a etapa dos trabalhos de construção civil deve ser concluído
até março de 2013. Ao fim desse processo, a seleção dos potenciais forneced
ores vai acontecer dentro de rodadas de negócios sob coordenação do Sebrae. A
Concessionária também vai indicar para avaliação do Sebrae micro e pequenas
empresas selecionadas no próprio cadastro – que poderão demandar cursos de
capacitação, buscando adequação aos requisitos de qualidade e certificação de
produtos.
Abrindo portas
O presidente do GRU Airport, Antonio Miguel Marques, destaca
que os investimentos programados para o aeroporto nos próximos anos devem abrir
várias oportunidades de negócios a
empreendedore s locais em áreas diversas. “Nossa parceria com o Sebrae caminha
justamente nesse sentido: identificar as empresas locais que têm potencial para
se tornar um fornecedor do aeroporto.“
Outra ação prevista consiste na capacitação gerencial de
varejistas que atuam no aeroporto, com adesão voluntária dos empresários.
Poderão ser indicadas também oportunidades para os pequenos negócios, por
exemplo, na área de franquias e na área de cargas.
O presidente do Sebrae acredita que o modelo desenvolvido
nessa parceria com a Concessionária do Aeroporto de Guarulhos poderá ser
aplicado em outros aeroportos brasileiros. “A instituição quer fazer dessa
atuação no aeroporto de Guarulhos um modelo para o encadeamento produtivo das
operações aeroportuárias de todo o país”. O portfólio do programa de
encadeamento produtivo do Sebrae soma mais de cem projetos, onde estão
envolvidos mais de 17 mil empresas de pequeno porte, com um investimento total
da ordem de R$ 100 milhões, gerando negócios estimados em R$ 3 bilhões. O
Sebrae tem como parceiros nesse programa empresas como a Petrobras, Vale,
Gerdau e Odebrecht, entre outras.
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