Aumento de investimentos nos BRICs garantirá ao bloco até 50% de participação no mercado automotivo até 2018, indica estudo da KPMG
Montadoras priorizam veículos a gasolina até 2018, com carros
híbridos vindo como 2ª opção; entusiasmo com eletromobilidade recua; Brasil
aparece somente em 4° lugar em relação à expectativa de investimentos nos BRICs
Na medida em que a economia de combustível permanece sendo uma preocupação
central para o público consumidor de veículos, as montadoras globais – que
ainda não definiram um rumo claro com relação à adoção eletromobilidade total –
planejam continuar a aperfeiçoar o motor de combustão interna, mas também
mantêm perspectivas de investimentos em sistemas híbridos plug-in de
motorização até 2018, de acordo com a 14ª Pesquisa Global da Indústria
Automotiva, realizada pela KPMG International.
Também a expectativa de crescimento expressivo dos mercados nos BRICs (Brasil,
Rússia, Índia e China) e em outros países emergentes – apontada como tendência
predominante na pesquisa por quase 86% dos respondentes – redunda no fato de
que quase seis entre cada dez entrevistados tenham afirmado que suas empresas
ampliarão seus investimentos naquele bloco de países. Assim, de acordo com
quase metade dos entrevistados, estima-se que até 2018 os BRICs serão
responsáveis pelas vendas de 41% a 50% de veículos novos globalmente. A China é
claramente a escolha prioritária para investimentos das montadoras
internacionais, seguida pela Índia e, um pouco mais atrás nas intenções,
Rússia, em terceiro, e Brasil, na última posição entre os quatro países do
bloco.
De acordo com o levantamento, não somente espera-se que os BRICs experimentem
um aumento nas vendas de veículos, mas as montadoras desses países projetam
ampliar exportações para novos mercados nos próximos cinco anos, com as maiores
oportunidades de crescimento estando no Leste Europeu e Sudeste Asiático.
Brasil
“Apesar de todas as incertezas que têm mexido com o mercado automotivo mundial,
o Brasil continua mostrando sua força. Tivemos agora em 2012 um novo recorde de
vendas, claro que estimulado por uma política de incentivos fiscais que foi
determinante para manter o segmento aquecido. O que importa, de fato, é que o
Brasil possui um mercado com grande potencial de expansão de consumo, e grandes
montadoras de todo o mundo, além daquelas que já estavam por aqui, têm
enxergado essa oportunidade e investido no País, inclusive em novas plantas”,
explica Charles Krieck, sócio-líder da prática de Indústria Automotiva da KPMG
no Brasil.
As vendas de veículos automotores novos no Brasil, incluindo carros, caminhões
e ônibus, bateu recorde no ano passado, somando 3,8 milhões de unidades, uma
alta de 4,65% em relação ao resultado do ano anterior, de acordo com a
Fenabrave (Federação Nacional da Distribuição de Veículos Automotores). A
expectativa da entidade para 2013 é de renovação do recorde anual, com aumento de
3,4% nas vendas totais, para um patamar de 3,93 milhões de veículos.
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