Turismo acessível ganha espaço e se torna uma causa do
evento a partir desta edição
Dados
da Organização Mundial de Turismo apontam que 10% da população dos países
desenvolvidos é formada por deficientes. No Brasil, são 24,5 milhões de pessoas
portadoras de alguma incapacidade física, mental, motora, visual ou auditiva. A
partir desta realidade, o 24º Festival do Turismo de Gramado (Festuris) terá
como principal novidade o Salão da Acessibilidade. Mais que um ambiente
inovador para apresentação do turismo acessível, a ideia é trabalhar com a
causa, que já começou na edição passada do evento a partir de várias adaptações
nos pavilhões do Serra Park, onde o festival é realizado anualmente.
O
diretor do Festuris, Eduardo Zorzanello, recorda que em 2011 já houve uma
preocupação com a colocação de corredores mais largos e rampas, além da contratação
de pessoas portadoras de deficiência. “Com o Salão da Acessibilidade, mais uma
vez nos mostramos vanguardistas, antecipando uma tendência que vai atingir todo
o mercado do turismo”, avalia. Ele ainda aposta que o salão vai favorecer a
realização de novos negócios e proporcionar mais conhecimento aos expositores.
“Também queremos estimulá-los a promover todo e qualquer tipo de adaptação para
o turismo acessível em seus estandes.”
ASSESSORIA
Para
a realização do projeto da acessibilidade, foram contratadas como assessoras
promocionais Tânia Brizolla e Márcia Godinho, da empresa de consultoria Prisma.
Tânia, com passagem pelo Ministério do Turismo e ampla experiência e
conhecimento do trade, explica que, apesar da acessibilidade estar relacionada
à adaptação de edificações e equipamentos para o alcance e utilização do
portador de deficiência, também tem outras aplicações importantes. “Quando
falamos em turismo acessível, temos que pensar no idoso, gestante, obeso e
criança, que precisam de espaços e situações adaptadas as suas necessidades”,
ressalta.
Márcia
lembra que as leis relacionadas à acessibilidade não são novas, mas a sua
aplicação no turismo está sendo explorada há pouco tempo. “Agora é que o
mercado começa a tomar ciência da importância de atender bem essa considerável
porção da população”, diz.
“Cada
vez mais percebemos a importância que os países dão à acessibilidade no
turismo”, comenta a diretora do Festuris, Marta Rossi. Um dos exemplos é a
Itália, que desenvolve o projeto Village for All, uma bem-sucedida iniciativa
para desenvolvimento da arquitetura universal para atender as pessoas com
alguma dificuldade ou mesmo uma criança ou idoso.
No
Brasil, o município de Socorro (SP) é reconhecido como destino de referência em
acessibilidade, com adaptação de todos os pontos públicos e privados existentes
na cidade, além de turismo voltado a pessoas portadoras de deficiência ou
redução de mobilidade.
O
FESTURIS
Considerada a feira de negócios de resultados mais efetivos para o trade e
palco de negócios turísticos mundiais, o Festival do Turismo de Gramado é
voltado exclusivamente a profissionais do setor. Com mais de 350 expositores, o
Festuris recebeu em sua última edição aproximadamente 14 mil profissionais com
poder de decisão e agentes de viagem da América do Sul. O 24º Festuris se
realiza de 22 a 25 de novembro, no Serra Park, em Gramado. Informações no www.festivalturismogramado.com.br.
Amparo
na lei
-
Conforme Decreto Federal nº 5296/2004, pessoas com deficiência passam a ter
direito de fazer turismo e, com isto, a adaptação passa a ser uma obrigação do
setor.
-
A Lei do Turismo (lei 11.771/2008) e o Código de Defesa do Consumidor (lei
8.078/1990) também passam por questões ligadas à acessibilidade.
-
Os meios de hospedagem devem atender aos critérios de acessibilidade
estabelecidos na NBR 9050/2004.
Legenda
– Márcia
Godinho, Eduardo Zorzanello, Rose Ott, Tânia Brizola e Marta Rossi
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