Palestrante que apresenta palestra sobre acessibilidade do turismo no Congresso da ABAV sofre com a falta de acessibilidade no Rio de Janeiro

Apesar de o Brasil ter mais de 28 milhões de pessoas com deficiência, hotéis, meios de transporte e pontos turísticos nacionais não estão preparados para receber esse público. Esses e outros dados foram divulgados na oficina “Adaptabilidade: um viajante diferenciado. Recomendações práticas para hotéis, atrações e companhias aéreas”, ministrada por Ricardo Shimosakai, do blog Turismo Adaptado, nesta sexta-feira, no o 39º Congresso Brasileiro de Agências de Viagens e Feira das Américas – Abav 2011.

“Esse número é equivalente a 1 bilhão de pessoas deficientes no mundo. É um nicho pouco explorado no País, mas que precisa ser levado em consideração o quanto antes, nem que seja somente voltado para o empreendedorismo”, alertou Ricardo, que é cadeirante e já viajou para muitos países.

A informação é o maior presente nesse nicho de mercado, mesmo porque, às vezes, nem o próprio deficiente sabe como utilizar a acessibilidade oferecida pelos poucos hotéis nacionais. Segundo Ricardo, é complicado se sentir seguro num País em que o selo de acessibilidade é usado de forma errada. “Já vi hotéis com o selo sem uma cadeira de banho ou com profissionais orientados a não mexer nos móveis, pensando nos cegos. Sem falar que quando um hotel tem quarto adaptado é somente um”, contou.

O transporte também faz parte do pacote turístico acessível, como ônibus adaptados e metrô com rampa, como as estações de São Paulo. Quando se fala em grandes eventos no Brasil para daqui a cinco anos ao todo é importante destacar também a Paraolimpíada de 2016. Atletas com deficiências diversas delegações esperam encontrar oportunidade de iguais, a começar nos aeroportos que precisarão de profissionais capacitados para atender cadeirantes e pessoas com outros tipos de deficiência vindos em qualquer companhia aérea, além de equipamentos de segurança e locomoção.

Em locais naturais, como os parques, monitores e guias também devem ser preparados para esse atendimento especial, inclusive em locais tombados pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan). “Muitos não sabem, mas o órgão tem uma portaria sobre acessibilidade aos locais tombados. É essencial o portador de deficiência ter autonomia e isso gera qualidade de vida”, comentou Ricardo, alertando. “Não é caro fazer essa adequação, depende mais da boa vontade de todos. Se tivermos qualidade nesse tipo de serviço, mas estrangeiros vão querer conhecer o Brasil”.
Muito simples, Ricardo Shimosakai não comentou em sua palestra, porém o mesmo sofreu ao pegar o ônibus no


Barra First hotel, na Barra para seguir para o Riocentro. Na presença de mais de dez jornalistas, passou pelo constrangimento de ser carregado pelo motorista do ônibus para entrar e seguir para o Riocentro.

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