Operadores internacionais afirmam que BNTM de Natal trará incremento de visitantes estrangeiros ao Nordeste

Os operadores internacionais de turismo presentes a vigésima edição da Brazil National Tourism Mart (BNTM), chamados no jargão do evento de “buyers”, aprovaram as potencialidades turísticas do Rio Grande do Norte e afirmaram que o evento vai colher um incremento de fluxo de turistas já para a próxima alta temporada.

Eles são operadores que trabalham com o Brasil e especialmente com a região e estiveram reunidos durante toda a sexta-feira (13) com os suppliers (hoteleiros, agentes de viagem e outros profissionais de ramos ligados ao turismo) no Centro de Convenções de Natal/RN.

Estão presentes até o domingo, quando ainda estarão participando de passeios pelos destinos turísticos do Rio Grande do Norte, 413 buyers, de 35 países. A maioria dos operadores veio da Argentina (73), seguido por EUA (39), Brasil (37) e Portugal (22). Nesta BNTM, dez países participaram pela primeira vez do evento, como o caso da Bélgica.

“O destino é perfeito para ser vendido no exterior. Estou impressionado com a beleza deste lugar, em especial Pipa, que é paradisíaca e um dos destinos mais fáceis de vender lá fora, mas isto ainda não é o diferencial. O povo nordestino é acolhedor e faz o turista se sentir bem. Os hotéis e serviços ofertados também são de ponta e atrativos para o exigente público europeu”, elogia o belga Trevor Wenink.

Já outros países, como a Argentina, que é o maior emissor de turistas para o Brasil, estiveram representados em todas as vinte edições da feira. “Estou pela quinta vez no Nordeste e pela segunda em Natal. Não me canso de vir, pois além de fechar negócios posso desfrutar um pouco deste lugar, nas horas vagas e nos pós-tours da própria BNTM. Ter o contato direto com nossos parceiros no Brasil é fundamental para que possamos ter certeza que estamos enviando turistas a um lugar que eles irão gostar”, afirma o argentino Carlos Gelman. Conhecer o destino e as atrações, ter contato direto com os equipamentos turísticos, como os hotéis, e, depois disso, vender o Nordeste com segurança são afirmações freqüentes entre os buyers.

“Os argentinos procuram mais pelo Sul e Sudeste do Brasil, por serem mais próximos a nós e mais conhecidos. Eles chegam às agências com uma idéia frequente de Rio de Janeiro e Foz do Iguaçu, por exemplo, e acabam saindo com pacotes fechados para o Nordeste. Isto é graças a BNTM, que possibilita que possamos conhecer novos produtos, novos hotéis e passá-los adiante”, afirma Carlos Gelman, que diz ainda ter optado por vender Natal e Porto de Galinhas (Pernambuco) a partir da BNTM de 2008. “Arrisquei e deu muito certo. Natal era conhecida apenas por poucos operadores argentinos há 10 anos e hoje, todos divulgam a natureza das dunas de Natal e as falésias de Pipa entre as opções principais”, comemora.

A excelente aceitação do público argentino é um fator que possibilita que novos turistas venham ao Nordeste mesmo com a desvalorização do peso argentino frente ao real. A valorização da moeda brasileira também frente ao euro e ao dólar é um fator que é citado como um dos principais desafios pelos operadores internacionais. “O Brasil está em um ótimo momento de visibilidade internacional e esse é o momento para divulgar atrações não tanto conhecidas lá fora, como os nove estados no Nordeste. O país está caro, mas o Nordeste figura como opção um pouco mais em conta, e isto é bom para ser mostrado com um diferencial do “monopolizador” Rio de Janeiro. Nosso público também vem porque sabe que vai valer a pena, garantimos isso a eles. Depois, eles recomendam aos amigos. Cria-se um ciclo bastante favorável ao turismo nordestino”, conta outro argentino, Elias Wotler.

Dos 36 países representados por operadores na BNTM 2011, 24 fazem parte da Europa. “O povo europeu se impressiona com o Brasil. É só falar e desperta atenção, mas ainda temos algumas dificuldades com o Nordeste”, diz o alemão Thomas Glatzel. Falta de mais voos diretos, alto tempo de espera para embarque a partir da Europa e horários desfavoráveis são alguns dos problemas que os operados enfrentam para aumentar o fluxo de europeus na região. “O turismo está crescendo e número de aviões e opções não está acompanhando, por isso ainda são poucos alemães por aqui. A distância para o Brasil é um fator negativo. Vamos tentar compensar isso com o fato de Natal ser o ponto mais perto da América em relação a Europa”, cita o operador.

Além disso, o Brasil é citado por muitos operadores como um país que atende vários nichos e gostos. De floresta a cataratas, são vários destinos e, por isso, o Nordeste deveria apresentar uma maior campanha publicitária fora do país para se tornar mais atrativo e competitivo, segundo eles. “Os governos do Nordeste devem investir mais na promoção das cidades pelo mundo. Melhorar os destinos nos âmbitos cultural e histórico também ajudam a criar interesse, principalmente entre os europeus”, sugere o holandês Jaroen de Jong. A chegada da Copa do Mundo de 2014, que terá 12 cidades-sede no Brasil (dentre elas Natal e mais três capitais nordestinas) deve ajudar a criar o interesse dos visitantes em conhecer o litoral do Nordeste. “Vendemos vôos e pacotes completos para o Rio de Janeiro, o destino mais procurado na América do Sul. Vamos passar a oferecer o Nordeste quando o turista pretender passar mais do que dez dias. A própria Copa do Mundo já vai nos exigir isso, então vamos nos antecipar”, adianta Ingrid van der Aa, também holandesa.



ORGANIZAÇÃO DA BNTM 2011



De acordo com os responsáveis pelos convites e pela assistência aos operadores internacionais, Gabriela Chernichiarro e Igor Setton, diretores da Up Brasil, a estratégia de captação de visitantes estrangeiros tem funcionado principalmente pela boa organização do evento. “Os buyers agregados às rodadas de negócios é o que diferencia a BNTM de alguns outros eventos de turismo. Não só trazemos os operadores como também organizamos garantimos que as rodadas de negócios sejam organizadas por agendas prévias”, conta.

A maioria dos operadores internacionais também esteve satisfeita com os negócios fechados em terras potiguares. “A organização do evento e da feira está sendo boa. Os estandes estão organizados e entramos em contato com os suppliers de forma fácil e eficiente. Além disso, preencheremos formulário de feedback, e isso é importante para que possam melhorar ainda mais a feira para o próximo ano”, conta o operador belga Trevor Wenink “Quero ir em 2012 para a BNTM do Maranhão com a garantia que fiz ótimos negócios neste ano”, finaliza.

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