ENTREVISTA EXCLUSIVA COM JEANINE PIRES


Jeanine Pires fala do legado que a Copa 2014 e as Olimpíadas deixarão ao Brasil
para Cristina Lira

A entreviesta também foi publicada no Diario do Turismo, da qual sou correspondente
Foto: Embratur-divulgação

A jornalista Cristina Lira de Natal, entrevistou com exclusividade Jeanine Pires, ex presidente da Embratur que assumiu há pouco tempo, a diretoria da Agência de Promoção Olímpica da Rio 2016(APO). Jeanine foi diretora Executiva do Recife Convention & Visitors Bureau, diretora do Maceió Convention & Visitors Bureau e consultora da ABIH (Associação Brasileira da Indústria Hoteleira). Na entrevista Jeanine fala dos desafios dos jogos esportivos que vão acontecer no Brasil a partir de 2013 , como o país se posicionará diante das mudanças que ocorrerão antes, durante e depois dos eventos.

Cristina Lira - Durante um bom tempo a senhora foi a manda-chuva do turismo, presidindo a Embratur e com certeza enfrentando muitos desafios. E agora como diretora da Agência de Promoção Olímpica da Rio 2016(APO), quais são os novos desafios?



Jeanine Pires - Os êxitos alcançados na Embratur, nestes quase oito anos em que estive como diretora e presidente, foram fruto de um trabalho de equipe. A Embratur tem uma diretoria e um corpo gerencial competente e muito comprometido, sem o qual não teríamos enfrentado tantos desafios e conquistado tantos avanços. Outro grande diferencial foi o trabalho muito próximo com o setor privado, uma parceria essencial em um setor como o turismo. Esses dois pilares permitiram que o Brasil conquistasse uma posição de grande credibilidade e mais competitividade no mercado internacional. No caso do novo desafio, do Brasil 2016, pretendo manter esses dois pilares - um trabalho de equipe, com forte parceria entre todos os envolvidos: o Comitê Rio 2016, a prefeitura e o Estado, além de todos os órgãos do governo que trabalham com promoção.

Cristina Lira - Em sua opinião como o brasileiro deve se comportar diante de tantos eventos esportivos que vão acontecer de 2013 em diante?



Jeanine Pires - O povo brasileiro é o que o Brasil tem de melhor. Em todas as pesquisas com turistas estrangeiros que fizemos na Embratur, o que mais agrada e encanta o visitante é a alegria, a cultura viva, a simpatia e a hospitalidade do brasileiro. Isso é um grande diferencial do país como destino turístico e também será para receber todos esses eventos.

Cristina Lira - Estamos preparados para atender esta demanda de um público que vai triplicar?



Jeanine Pires - Estamos nos preparando. Da parte dos governos, existem linhas de crédito e obras já em andamento para ampliar a infraestrutura, construir e reformar hotéis, ampliar aeroportos e promover a qualificação da mão de obra. Tenho certeza que vamos realizar eventos bem organizados, competentes e com uma forma de receber que só os brasileiros têm.


Cristina Lira- Em sua opinião como o Brasil vai ser antes, durante e depois dos jogos?



Jeanine Pires - Acho que já estamos vivendo uma grande transformação, na forma como o público internacional nos vê, na credibilidade do país e também na forma que os próprios brasileiros se vêem. Vamos ter uma grande evolução na infraestrutura, que impacta diretamente nas condições de vida do povo brasileiro, o impacto na economia será grande, com criação de empregos e renda; e teremos um enorme período de grande exposição internacional intensa, que será uma oportunidade de valor incalculável para mostrar mais o país, sua diversidade cultural e natural, sua estabilidade econômica e política e seu grande mercado doméstico. Essa situação trará, mesmo depois dos jogos, grandes benefícios de imagem e grandes investimentos para o país.

Cristina Lira- Qual o maior desafio para a Copa do Mundo 2014 e para as Olímpiadas de 2016?



Jeanine Pires -Temos muitos desafios, mas dois eu destacaria em especial: infraestrutura e qualificação de pessoas e destinos turísticos.

Cristina Lira -Tanto o turismo como o esporte no Brasil sofrerão mudanças, como a senhora analisa este momento ímpar que o país vai viver?



Jeanine Pires - Como disse, sediar esses dois grandes eventos é uma oportunidade maravilhosa para qualquer país. No caso do Brasil, estamos fazendo um grande esforço, e tomando todas as medidas, para que os eventos sirvam ao país, deixem legados, e não apenas se sirvam do país como sede.


Cristina Lira - Qual o maior legado a ser deixado para o Brasil?



Jeanine Pires -Serão dois os principais legados: grandes mudanças e avanços na infraestrutura e a grande exposição, por quase uma década, na mídia global, que tem um valor incalculável.

Cristina Lira - Durante o encontro comercial Braztoa, foi dito que a grande preocupação é a qualificação da mão de obra, a questão do idioma para atender a demanda internacional. Como autoridade neste setor, o que o Brasil fará para qualificar desde o ambulante, ao taxista, ao empresário do turismo para esses eventos esportivos?



Jeanine Pires - Este é um grande desafio, tanto no tema dos idiomas, como na qualificação de todas as áreas. Já existem vários programas em andamento, como o que o Ministério do Turismo está realizando em parceria com a Fundação Roberto Marinho, para cursos de inglês e espanhol. Os governos estaduais e prefeituras também estão tomando medidas nesse sentido. E o setor privado também precisará ser envolvido, tem que haver um movimento nacional, de parceria público-privada.


Cristina Lira- Como os agentes de viagens e operadores poderão ganhar com os eventos esportivos no país?

Jeanine Pires - Mostrando o Brasil, oferecendo produtos e serviços de qualidade e preço justo para os visitantes. O Brasil é um país continental, com grande diversidade de destinos. Temos que fazer um grande esforço para que o turista que venha assistir aos jogos estique sua estada no país, visite outras cidades e regiões além daquela em que estará. E quem tiver produtos, roteiros e souber chegar a este turista, vai se beneficiar muito.

Comentários