CARTA ABAV

Durante os dias 21 e 22 de outubro de 2010 o 38º Congresso Brasileiro de Agências de Viagens – ABAV 2010 cumpriu com o compromisso de reunir lideranças dos segmentos de Cruzeiros Marítimos, Corporativo, Assistência de Viagem, Locação de Veículos, Operadoras, Turismo Rodoviário e Receptivo, além de especialistas nas áreas de tecnologia e consórcio de viagem para oferecer alternativas para o setor de agenciamento, tendo em vista o atual cenário que se apresenta com a extinção do comissionamento anunciado pelas companhias aéreas internacionais.

A ABAV contou com o apoio das associações Abremar, Abracorp, ABCA, Abla, Braztoa, além de instituições como o Sebrae. Com essa colaboração, desenvolvemos as Rodadas de Oportunidade, com a realização simultânea de nove salas temáticas, durante os dois dias, reunindo 48 empresários de destaque do turismo nacional.

A procura maior dos agentes por determinados temas – como turismo corporativo, marítimo e tecnologia –, já sinaliza indicativos positivos e alguns alertas para desenvolvermos um diagnóstico, que será apresentado ao mercado de viagem posteriormente a realização da ABAV 2010.

Nas discussões encaminhadas nas salas temáticas também vislumbramos situações que serão melhor avaliadas e poderão traçar novos caminhos de relacionamento entre fornecedor, agente e cliente final.

Inovação e legislação

Entre as oportunidades verificadas nesses encontros produtivos, destacamos a Criação do Cruzeiro Rodoviário, uma nova modalidade de turismo que deverá se confirmar em breve – um produto novo que encaixa perfeitamente com a missão dos agentes de oferecer ao consumidor da nova classe média a chance de fazer turismo. Verificou-se ainda a necessidade urgente de uma legislação que atenda as necessidades do turismo rodoviário, atualmente tratado como mais uma modalidade de transporte de passageiro convencional.

Financiamento

A opção de planejamento de viagem por meio de parcelamento de pacotes que incluam vários serviços também foi apresentada pelo programa Viaja Fácil Brasil como uma oportunidade conquistar esse novo consumidor. É um ponta pé inicial para que outros tipos de financiamento surjam, facilitando a entrada no mercado de viagens desse público tão específico e que necessita de compra facilitada. No entanto, as relações comerciais entre agentes e operadores ainda carecem de mais clareza para ambos se verem como parceiros e não concorrentes.

Segmentação de produtos e serviços

O mercado se mostrou atento a diferentes potenciais de consumo e as operadoras discutiram com os agentes estratégias comerciais não só para esse novo extrato da camada social mas também para outros públicos segmentados, como o da terceira idade. Ambos necessitam de atendimento especial e produtos específicos.

Capacitação profissional

Em franco crescimento, os setores de Cruzeiro Marítimo e de Locação se apresentaram aos agentes acenando com boas alternativas de remuneração e amplo cardápio de serviços. E indicaram caminhos também semelhantes: o investimento na capacitação profissional para melhor atender os clientes, oferecendo serviços adequados para cada perfil de consumidor.

Foco no cliente

A diversificação de produtos para agregar mais valor e qualidade aos serviços prestados ao cliente também é um necessidade para o setor de agenciamento corporativo, que apesar de não depender de comissionamentos, concentra seu atendimento, basicamente, em compras de passagens aéreas e reservas junto à hotelaria. As tendências exigem desse setor maior preocupação com as necessidades do cliente para garantir resultados satisfatórios e relações contratuais sólidas.

Especialização

Com uma meta arrojada de ampliar em 50% o total de viajantes que utilizam cartões de assistência viagem, esse segmento também está apostando na capilaridade proporcionada pelas agências de viagens para distribuir esse serviço. Apesar de apresentar-se como alternativa de remuneração para o agente, com expressivos percentuais de comissionamento, o empresário dessa área vê na falta de conhecimento sobre as diferenças entre seguro e assistência viagem um fator dificultante para o sucesso de venda e um desafio a ser vencido pelos agentes.

Associativismo

Definir e estabelecer metas são ações fundamentais para que o mercado receptivo de turismo aproveite as oportunidades geradas pela Copa do Mundo 2014 e Olimpíadas 2016, que impulsionarão o desenvolvimento do setor turístico no País, gerando investimento na infraestrutura e maior envolvimento da comunidade com o turismo. O associativismo foi citado como uma poderosa vantagem competitiva para as agências, com a criação de centrais de negócios, iniciativa que propõe o agrupamento de agências de viagens de pequeno e médio porte com o objetivo de gerar ações econômicas conjuntas.

Automação

A falta de automação nos processos revelou-se uma grande preocupação para garantir segurança e produtividade operacional para as agências. Fornecedores ainda mantêm um alto índice (70%) de operações realizadas por telefone, o que não confere agilidade e nem confiabilidade nas relações comerciais. A integração entre front e back-office, para prestar atendimento online, e a utilização de artifícios como a Search Engine Optimization (SEO), para otimização da promoção da empresa em sites de buscas, e de sistemas globais de distribuição – GDSs, para a fusão de conteúdos, são necessidades estratégicas que podem triplicar a produtividade de uma agência. No entanto, a adoção de novas tecnologias exige altos investimentos, ainda fora do alcance das pequenas empresas do setor, o que sugere a criação de linhas de financiamento específicas.

A ABAV finaliza seu congresso ciente do compromisso de desdobrar os pontos mencionados e de, baseada nos desafios estabelecidos, traçar diretrizes que nortearão o trabalho de nossa entidade para o ano de 2011.



Carlos Alberto Amorim Ferreira

Presidente ABAV Nacional


Durante os dias 21 e 22 de outubro de 2010 o 38º Congresso Brasileiro de Agências de Viagens – ABAV 2010 cumpriu com o compromisso de reunir lideranças dos segmentos de Cruzeiros Marítimos, Corporativo, Assistência de Viagem, Locação de Veículos, Operadoras, Turismo Rodoviário e Receptivo, além de especialistas nas áreas de tecnologia e consórcio de viagem para oferecer alternativas para o setor de agenciamento, tendo em vista o atual cenário que se apresenta com a extinção do comissionamento anunciado pelas companhias aéreas internacionais.

A ABAV contou com o apoio das associações Abremar, Abracorp, ABCA, Abla, Braztoa, além de instituições como o Sebrae. Com essa colaboração, desenvolvemos as Rodadas de Oportunidade, com a realização simultânea de nove salas temáticas, durante os dois dias, reunindo 48 empresários de destaque do turismo nacional.

A procura maior dos agentes por determinados temas – como turismo corporativo, marítimo e tecnologia –, já sinaliza indicativos positivos e alguns alertas para desenvolvermos um diagnóstico, que será apresentado ao mercado de viagem posteriormente a realização da ABAV 2010.

Nas discussões encaminhadas nas salas temáticas também vislumbramos situações que serão melhor avaliadas e poderão traçar novos caminhos de relacionamento entre fornecedor, agente e cliente final.

Inovação e legislação

Entre as oportunidades verificadas nesses encontros produtivos, destacamos a Criação do Cruzeiro Rodoviário, uma nova modalidade de turismo que deverá se confirmar em breve – um produto novo que encaixa perfeitamente com a missão dos agentes de oferecer ao consumidor da nova classe média a chance de fazer turismo. Verificou-se ainda a necessidade urgente de uma legislação que atenda as necessidades do turismo rodoviário, atualmente tratado como mais uma modalidade de transporte de passageiro convencional.

Financiamento

A opção de planejamento de viagem por meio de parcelamento de pacotes que incluam vários serviços também foi apresentada pelo programa Viaja Fácil Brasil como uma oportunidade conquistar esse novo consumidor. É um ponta pé inicial para que outros tipos de financiamento surjam, facilitando a entrada no mercado de viagens desse público tão específico e que necessita de compra facilitada. No entanto, as relações comerciais entre agentes e operadores ainda carecem de mais clareza para ambos se verem como parceiros e não concorrentes.

Segmentação de produtos e serviços

O mercado se mostrou atento a diferentes potenciais de consumo e as operadoras discutiram com os agentes estratégias comerciais não só para esse novo extrato da camada social mas também para outros públicos segmentados, como o da terceira idade. Ambos necessitam de atendimento especial e produtos específicos.

Capacitação profissional

Em franco crescimento, os setores de Cruzeiro Marítimo e de Locação se apresentaram aos agentes acenando com boas alternativas de remuneração e amplo cardápio de serviços. E indicaram caminhos também semelhantes: o investimento na capacitação profissional para melhor atender os clientes, oferecendo serviços adequados para cada perfil de consumidor.

Foco no cliente

A diversificação de produtos para agregar mais valor e qualidade aos serviços prestados ao cliente também é um necessidade para o setor de agenciamento corporativo, que apesar de não depender de comissionamentos, concentra seu atendimento, basicamente, em compras de passagens aéreas e reservas junto à hotelaria. As tendências exigem desse setor maior preocupação com as necessidades do cliente para garantir resultados satisfatórios e relações contratuais sólidas.

Especialização

Com uma meta arrojada de ampliar em 50% o total de viajantes que utilizam cartões de assistência viagem, esse segmento também está apostando na capilaridade proporcionada pelas agências de viagens para distribuir esse serviço. Apesar de apresentar-se como alternativa de remuneração para o agente, com expressivos percentuais de comissionamento, o empresário dessa área vê na falta de conhecimento sobre as diferenças entre seguro e assistência viagem um fator dificultante para o sucesso de venda e um desafio a ser vencido pelos agentes.

Associativismo

Definir e estabelecer metas são ações fundamentais para que o mercado receptivo de turismo aproveite as oportunidades geradas pela Copa do Mundo 2014 e Olimpíadas 2016, que impulsionarão o desenvolvimento do setor turístico no País, gerando investimento na infraestrutura e maior envolvimento da comunidade com o turismo. O associativismo foi citado como uma poderosa vantagem competitiva para as agências, com a criação de centrais de negócios, iniciativa que propõe o agrupamento de agências de viagens de pequeno e médio porte com o objetivo de gerar ações econômicas conjuntas.

Automação

A falta de automação nos processos revelou-se uma grande preocupação para garantir segurança e produtividade operacional para as agências. Fornecedores ainda mantêm um alto índice (70%) de operações realizadas por telefone, o que não confere agilidade e nem confiabilidade nas relações comerciais. A integração entre front e back-office, para prestar atendimento online, e a utilização de artifícios como a Search Engine Optimization (SEO), para otimização da promoção da empresa em sites de buscas, e de sistemas globais de distribuição – GDSs, para a fusão de conteúdos, são necessidades estratégicas que podem triplicar a produtividade de uma agência. No entanto, a adoção de novas tecnologias exige altos investimentos, ainda fora do alcance das pequenas empresas do setor, o que sugere a criação de linhas de financiamento específicas.

A ABAV finaliza seu congresso ciente do compromisso de desdobrar os pontos mencionados e de, baseada nos desafios estabelecidos, traçar diretrizes que nortearão o trabalho de nossa entidade para o ano de 2011.



Carlos Alberto Amorim Ferreira

Presidente ABAV Nacional

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