DOCUMENTÁRIO SOBRE FERNANDO DE NORONHA SERÁ LANÇADO NO CENTRO CULTURAL B ANCO DO NORDESTE, EM FORTALEZA



O Paraíso é isso! revela os dois lados de Fernando de Noronha

Cenários paradisíacos, exuberantes belezas naturais e povo acolhedor. Um sonho para os viajantes do mundo inteiro. Assim é conhecido o arquipélago de Fernando de Noronha. Pelo menos, entre os turistas. Pela ótica dos habitantes, é preciso trabalhar duro para sobreviver num lugar como esse, em condições nada confortáveis. Ou seja, viver lá tem um preço. O documentário “O Paraíso é isso!”, dirigido pela jornalista Ana Paula Teixeira, retrata os dois lados de Noronha, com as vantagens e as desvantagens de se morar na ilha. O lançamento será no Centro Cultural Banco do Nordeste (CCBNB), localizado na Rua Floriano Peixoto, 941 – Centro, em Fortaleza, nos dias 8 e 22 de maio (dois sábados), às 10h30, com acesso gratuito ao público.



O vídeo tem 30 minutos e surgiu a partir de conversas informais com alguns visitantes, que falavam do alto custo de vida e das limitações dos moradores. “Até então eu só escutava coisas boas sobre o arquipélago, sobre a beleza, as paisagens. Então achei que esse outro lado renderia um documentário”, disse a diretora, que começou a pesquisar mais sobre o tema, entrou em contato com alguns moradores da ilha e descobriu uma série de dificuldades enfrentadas por eles, inerentes a situação de isolamento.



Alguns problemas são bem evidentes e foram registrados no documentário, como a questão da logística, que acaba encarecendo os produtos. É comum ver a mesma pessoa em dois ou três empregos para sustentar os altos valores praticados na ilha. Ramon Fleishman é turismólogo, mas trabalha na TV Golfinho, tem uma pequena empresa de locação de máquinas digitais subaquáticas e ainda é músico à noite. Ele sofre outro problema, também comum em Noronha, que é a própria limitação geográfica, aliada à legislação ambiental. “Moro com a minha esposa e dois filhos numa casa com quarto, cozinha e banheiro. Improvisamos esse espaço na casa dos meus pais porque não temos autorização para construir nada, um impasse para a população em crescimento”, explicou. Quase tudo na ilha precisa ser autorizado pelo Parque Nacional Marinho ou pela administração insular.



No vídeo, os personagens também chamam atenção para a dificuldade de acesso aos serviços de saúde. No Hospital de Fernando de Noronha, faltam especialistas em algumas áreas como ginecologia, obstetrícia e anestesia, gerando um transtorno para os moradores, que precisam embarcar para o continente a fim de realizar exames, consultas médicas e cirurgias de média complexidade, inclusive partos. Outros problemas da ilha apontados são os buracos nas estradas vicinais, a coleta irregular de lixo e as poucas opções de lazer.



Mas, por outro lado, há também aqueles moradores que destacaram as oportunidades oferecidas em Noronha, a segurança e a qualidade de vida, motivos pelos quais eles decidiram viver na ilha por opção. Maíra Loei Uchôa é turismóloga, trabalhou em vários estados do Brasil como produtora de grandes shows e acabou se apaixonando por um nativo de Noronha, com quem tem um filho. Ela enxerga os problemas do lugar como graves, mas acredita que a qualidade de vida compensa.



Ângelo Loyo é músico, casado com a escritora Elda Paz. Ambos vivem na ilha por considerá-la uma fonte de inspiração para o trabalho deles, uma combinação perfeita dos quatro elementos do universo. Cláudio Soares, conhecido como Bodão, é instrutor de mergulho e tem o fundo do mar como o seu refúgio. Zé Maria é empresário e fez fortuna com muito trabalho, amor à terra e persistência. São diversas histórias que envolvem também alguma paixão, pelo lugar ou por uma pessoa em especial.



“Essa diversidade mostra também que o povo nordestino é versátil e inteligente, pois consegue administrar o cotidiano estando no sertão ou ilhado em pleno Oceano Atlântico, a 365 km da costa brasileira”, analisou a diretora.



Funcionária do Banco do Nordeste há oito anos, Ana Paula inscreveu o projeto no programa Cultura da Gente, oferecido pela instituição como incentivo aos projetos culturais dos funcionários. O projeto foi aprovado em 2009, quando a jornalista reuniu a equipe para gravar o vídeo na ilha, com a ajuda de diversos parceiros locais. “Entrevistando as pessoas, sentimos que o documentário estava funcionando como a voz dos moradores. As pessoas agradeciam pelo espaço que estávamos dando para eles”, lembrou Magda Negromonte, produtora.



“O Paraíso é Isso!” tem legendas em português, inglês e espanhol, trilha sonora produzida por músicos da ilha e inclui, como extra, um making of da equipe. A idéia é inscrevê-lo em festivais nacionais e internacionais, distribuí-lo para emissoras de TV’s públicas, bibliotecas e cineclubes em todo o país e promover uma exibição especial para os moradores de Noronha, na própria ilha.



SOBRE O BLOG CURTA MUITO

Além do documentário, que será exibido no CCBNB, também será lançado o blog dedicado aos projetos cinematográficos de Ana Paula Teixeira. A página, www.curtamuito.com, mostra produções anteriores, como os vídeos “Terra de Gigantes", que dá voz aos anões de Itabaianinha, município sergipano com mais casos de nanismo no mundo, e "As Noivas de Dom Gatão", um vídeo-poema baseado na obra do artista plástico pernambucano Daniel Santiago. “O próximo vídeo, em fase de montagem, também terá como foco Fernando de Noronha, só que desta vez para contar as histórias oficiais e oficiosas do arquipélago”, adiantou Ana Paula.



SERVIÇO

O quê: Lançamento do documentário “O Paraíso é isso!” e do blog www.curtamuito.com

Quando: dias 8 e 22 de maio (sábados), às 10h30

Onde: Centro Cultural Banco do Nordeste (Fortaleza)

Endereço: rua Floriano Peixoto, 941 – Centro – fone: (85) 3464.3108

Acesso: Gratuito



SINOPSE
O Paraíso é Isso! (Documentário, 2010, 30 minutos), de Ana Paula Teixeira, revela o cotidiano e a realidade dos moradores de Fernando de Noronha, fazendo um contraponto entre as paisagens únicas da ilha, que atraem turistas do mundo todo, com os numerosos problemas de infra-estrutura, burocracia e alto custo de vida, típicos da situação de isolamento. Desafios enfrentados diariamente por esses nordestinos versáteis, que conseguem sobreviver em diferentes situações, estando no sertão ou ilhado em pleno oceano atlântico. Será o preço a pagar para viver num paraíso?

FICHA TÉCNICA
Roteiro - Ana Paula Teixeira e Patrícia de Oliveira
Produção - Ana Paula Teixeira, Clécio Sobral e Magda Negromonte
Trilha sonora - Ângelo Loyo, Durval Lelys e Ju Medeiros
Fotos - Fernanda de Souza
Imagens - Harryson Barros e Carlos Henrique
Imagens subaquáticas – Ciliares
Pesquisa de arquivo - TV Golfinho
Assistente de câmera – Dedê
Making of - Tito Santiago
Montagem - Ana Paula Teixeira e Francisco Alves
Finalização – Francisco Alves
Assessoria de Imprensa - Signo Comunicação
Assistente de direção - Tito Santiago
Direção de fotografia - Arnaldo Carmona
Direção - Ana Paula Teixeira
Realização - Mira Filmes, Humberto Sonorização e Ita Produções
Patrocínio – Programa Cultura da Gente, do Banco do Nordeste



ENTREVISTAS E INFORMAÇÕES ADICIONAIS:

· Ana Paula Teixeira (diretora do documentário) – (85) 8726.2081 / 9963.5887 / 3299.5456 – anapaulaot@bnb.gov.br

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